Eldorn: mudanças entre as edições

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==A História de Eldorn==
==A História de Eldorn==


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Vida nova, nome novo. Ellon se tornou Eldorn, e começou a se empregar em caravanas, constantemente viajando para os quatro cantos de Faerûn, mas sempre evitando retornar ao oriente. Inicialmente trabalhou somente como cuidador de animais, mas ao longo do tempo foi aprendendo outros ofícios e dominando o conhecimento necessário para liderar uma caravana. Há 3 anos começou a chefiar a sua própria caravana, e até o momento teve bastante sucesso. Na sua grande maioria transportou víveres e produtos sem grande importância, mas já se envolveu em algumas viagens no mínimo suspeitas ou que lhe valeram cada peça de ouro extra que lhe foi paga, mas Eldorn procura manter uma posição neutra em relação a isso, perguntando o mínimo e mantendo a espada sempre ao alcance.
Vida nova, nome novo. Ellon se tornou Eldorn, e começou a se empregar em caravanas, constantemente viajando para os quatro cantos de Faerûn, mas sempre evitando retornar ao oriente. Inicialmente trabalhou somente como cuidador de animais, mas ao longo do tempo foi aprendendo outros ofícios e dominando o conhecimento necessário para liderar uma caravana. Há 3 anos começou a chefiar a sua própria caravana, e até o momento teve bastante sucesso. Na sua grande maioria transportou víveres e produtos sem grande importância, mas já se envolveu em algumas viagens no mínimo suspeitas ou que lhe valeram cada peça de ouro extra que lhe foi paga, mas Eldorn procura manter uma posição neutra em relação a isso, perguntando o mínimo e mantendo a espada sempre ao alcance.
Durante suas viagens acabou avistando uma face que lhe pareceu familiar, de um dos Red Wizards que lhe haviam escravizado, nos mercados de Waterdeep. Apesar de tê-lo perdido de vista na cidade, seu desejo de vingança fez com que ele investigasse o fato e descobriu que o tal mago estava se dirigindo a Daggerford.
Chegando em Daggerford, Eldorn acabou se envolvendo com os acontecimentos locais, e lutou com a Ebon Triad, junto com os amigos Fylbrigg, Sargus, Respen e Juma. Infelizmente a expedição lhe custou a vida dos dois últimos. O mago que estava procurando foi encontrado morto em Whispering Cairn.
Saindo das minas de Daggerford Eldorn não estava se sentindo muito bem, principalmente por causa da morte de seus amigos. Passou os próximos dias cuidando das homenagens finais a Respen, já que Fylbrigg estava se encarregando de fazer o mesmo por Juma. Depois achou melhor desviar os pensamentos dos acontecimentos recentes e decidiu montar uma caravana com o dinheiro que juntou em Daggerford mines.
Qual não foi sua surpresa ao reconhecer no porto de Waterdeep uma face familiar: Tangorn. Acotovelando a multidão, Tangorn se aproximou do velho mentor e foi recebido calorosamente.
"Que bons ventos o trazem!" disse o bardo.
"Realmente, estou muito contente em revê-lo!" respondeu Eldorn.
"O que você está fazendo aqui?"
"Estou procurando algumas mercadorias para vender em Suzail. Alguma sugestão?"
"Ouvi dizer que Rufus trouxe um ótimo carregamento de tabaco. Venha, me acompanhe, vou te mostrar."
Os dois amigos então saíram pela multidão, fechando alguns negócios e ficando a par das últimas aventuras. Como de costume, quem falou mais foi Eldorn, mas algumas horas mais tarde, entre uma caneca de cerveja e outra, Eldorn pediu que Tangorn falasse:
"Me diga, Tangorn, o que está te mordendo? Faz umas duas horas que você dá a impressão de querer falar alguma coisa."
"É, você continua sagaz, Eldorn. Eu estava pensando se você aceitaria um serviço. Por um preço justo, claro."
"Deixa de conversa, cara, se não fosse a sua ajuda eu estaria quebrando pedras em Thay ou algo pior. Esqueça o pagamento, me diz, como posso te ajudar?"
"Veremos, veremos. Eu gostaria que você entregasse uma encomenda. Pode ser um negócio arriscado, já te aviso. Eu entregaria pessoalmente, mas tenho compromissos aqui em Sword Coast que não posso adiar, e ao mesmo tempo essa encomenda tem pressa de chegar ao destino. Eu ia contratar algum outro profissional do ramo, mas Timora foi gentil comigo e o colocou em meu caminho. Trata-se de uma caixa, lacrada, cujo conteúdo não posso te contar, e precisa ser entregue ao meu contato em Hillsfar em 12 dias. Se você partir logo, pode chegar lá depois que passar por Suzail."
"Não se preocupe, eu pego o trabalho. Aliás, vou direto para Hillsfar, tanto faz vender em um lugar quanto o outro. Quando você me entrega a encomenda?"
"Me avisa quando tudo estiver pronto, eu te encontro".
Em dois dias Eldorn estava viajando para Hillsfar. Sua caravana era pequena, até porque Eldorn não tinha tanto dinheiro assim e desejava rapidez na viagem - dez dias na verdade eram bem pouco tempo para uma viagem tão longa. No início da viagem se misturou por segurança às caravanas maiores de seus colegas de outras campanhas, o que foi muito prudente, pois o grupo quase foi atacado por um grupo de bandidos, não fosse uma demonstração mais aberta do poder de defesa que levava consigo. Em Scormubel, no entanto, se separou das outras caravanas para cortar caminho pelas Reaching Woods e Sunset Mountains, o que lhe rendeu tempo mas lhe custou parte de sua carga em subornos para um grupo de bárbaros que encontrou no caminho. Enfrentou tempestades de areia no deserto de Sword, até finalmente chegar a Tilverton, e rapidamente a Hillsfar.
O contato de Tangorn se chamava Laella. O Harpista havia avisado que a mulher poderia ser uma bruxa, mas o que Eldorn encontrou o surpreendeu: uma mulher com um manto negro que cobria parcialmente o rosto, que estava escondido por uma máscara, escoltada por um forte guerreiro e uma outra jovem que se dirigiu ao caravaneiro.
"Meu nome é Eldorn" ele disse, antes que a moça pudesse dizer algo, "venho de Waterdeep com um carregamento de peles e tabaco".
A jovem olhou rapidamente para a mulher encapuzada, mas quem respondeu com um aceno quase imperceptível foi o guerreiro. "Seja bem-vindo, forasteiro. Eu sou Tyrra, serva de Laella, e estou aqui para traduzir sua língua para minha dama. Gostaríamos de fazer negócio."
"Diga a ela que me siga, para que eu  possa mostrar a mercadoria."
O grupo deixou a taverna e andou em silêncio algumas dezenas de metros até a carroça de Eldorn. Mas,  antes que ele pudesse abrir os baús onde tinha guardado a caixa que lhe fora confiada, Eldorn reage aos seus instintos saltando para cima da carroça, desviando de uma flecha em chamas. Rapidamente cercado, o grupo começa a lutar contra os bandidos que os emboscaram. O guerreiro se mostrou digno de seu tamanho, brandindo uma espada de duas mãos com destreza e abatendo vários inimigos. A donzela sacou um punhal e procurou proteger sua mestra, que passou a conjurar poderosos feitiços. Aliados às habilidades de Eldorn no florim, em pouco tempo os bandidos haviam sido eliminados, mas não foi uma vitória fácil, da qual não escaparam ilesos. Durante a batalha alguns bandidos rapidamente cercaram as duas mulheres, e Laella foi atingida por um golpe de maça, que lhe partiu a máscara.
Apesar da vitória, Laella continuava desacordada, e a outra jovem estava sem ação, pálida e tremendo. Antes que o guerreiro dissesse alguma coisa, Eldorn agarrou Laella pelos ombros e a puxou para dentro da carroça, sendo logo seguido pelos outros dois. Os cavalos se puseram a correr e levaram os quatro para longe do local.
Dentro da carroça Tyrra parecia muito preocupada com Laella, não tanto pelo fato de ela estar ferida mas sim por estar sem mascara. Depois de algumas horas de viagem, o grupo parou para acampar e cuidar dos ferimentos. Só então Eldorn pôde ver melhor o rosto de Laella, apesar dos esforços de Tyrra para escondê-lo. Não sabia bem porque, mas aquela face lhe era estranhamente familiar. Depois de alguns cuidados Laella acordou, e Eldorn percebeu que eles queriam ficar sozinhos. Foi buscar madeira pelo campo ao redor do acampamento, e quando voltou o guerreiro veio falar com ele.
"Gostaríamos de agradecer pela ajuda, provavelmente se não fosse por você estaríamos todos mortos."
"Eu poderia dizer a mesma coisa", respondeu Eldorn, "não tem o que agradecer, faz parte do risco do negócio."
"Uh... claro."
"Bem, de qualquer maneira, onde vocês gostariam de ficar? Assim eu termino o serviço e vocês podem continuar a sua viagem tranquilamente."
O guerreiro ficou a pensar um pouco, e olhou de relance para Laella, e então continuou:
"Uh, claro. O negócio é que... assim, a gente vai precisar de uma ajuda. Sabe, a gente não é desse lado de cá, e você já é do ramo, e sabe viajar, e a gente tá disposto a te recompensar se continuar a viagem com a gente." Ele olhou de novo para Laella, com uma cara de quem não tinha feito as coisas da melhor maneira possível, mas Eldorn não deixou o silêncio se prolongar a um ponto desconfortável.
"Como você chama?"
"Vornit."
"Para onde vocês estão indo?"
"Mulsantir."
O nome dessa cidade já levou o pensamento de Eldorn para seu vizinho próximo, Thay, lhe embrulhando o estômago, mas não deixou que isso transparecesse.
"Em quanto tempo?"
"Uh..."
"Como querem viajar?"
"Uh..."
"Vamos ter que viajar à noite? Vamos ter que levar alguma mercadoria além da caixa? Vamos precisar de reforços?"
"Uh..." Vornit soltou um olhar tenso para Laella.
"Vocês têm dinheiro?"
"Sim, nós temos dinheiro", interrompeu Laella, vestindo um véu sobre o rosto. "Temos pressa de chegar, e os meios da viagem ficariam a seu encargo, é sua área de experiência. Acho prudente recrutarmos alguns braços extras, como nosso passado recente nos mostrou. Quanto você deseja pelo serviço??"
Eldorn fez um meio-sorriso triunfante, de quem conseguiu finalmente falar com o chefe da expedição. "3000 moedas de ouro para mim, além de vocês cobrirem todos os gastos. E eu vou apenas até Two Stars, dali em diante vocês se arranjam com outra pessoa."
"Fechado."
"Então vão dormir um pouco, temos uma longa viagem pela frente. Enquanto isso eu vou contratar um pouco de ajuda. Volto no meio da noite, estejam prontos."
Meia-noite Eldorn voltou acompanhado de três conhecidos de outras expedições, que encontrou nas tavernas de Hillsfar. Tyrra, Vornit e Laella já estavam prontos, e a única coisa que sobrava do acampamento eram as brasas da fogueira.
Puseram-se em movimento, viajando na margem da estrada sul para Ashenford. No dia seguinte se desviaram, dentro da floresta de Comanthor, em direção leste, pegando uma estrada menor. Nessa estrada forçaram o ritmo de viagem, pois queriam chegar em Harrowdale o quanto antes, tentando despistar algum perseguidor. Surpreendentemente toda a viagem até Harrowdale foi tranquila, e em uma semana estavam na cidade. Mal chegaram, encontraram um barco que atravessasse o mar de Dragon Reach e só em alto mar começaram a relaxar um pouco.  Viajando, chegaram a se confraternizar um pouco, menos Laella, que em particular evitava chegar perto de Eldorn. Passaram-se os dias sem eventos hostis, com paradas rápidas nas cidades costeiras no caminho para Telflamm, e Eldorn chegou a pensar que enfim o conteúdo da caixa misteriosa não era tão valioso assim.
Ledo engano.
O grupo desenbarcou finalmente em Telflamm, descansou em uma hospedaria e no dia  seguinte, à noite, começou a viajar pela Golden Way. Pouco antes de Phent, no entanto, foram emboscados por outro grupo. No primeiro embate conseguiram despistar os perseguidores, mas Tyrra foi ferida gravemente por uma flecha, e não demorou muito e os bandoleiros puderam ser vistos novamente por Eldorn e seus companheiros. Rapidamente os inimigos se aproximavam, e, apesar dos protestos do resto do grupo Eldorn fez com que quando a batalha se iniciou novamente Laella, Tyrra e Vornit se separassem e fugissem, levando a preciosa caixa, deixando ilusões criadas por mágica no seu lugar. Quando os inimigos perceberam, os três não podiam mais ser encontrados. Eldorn, o único sobrevivente, achou que fosse morrer neste momento, mas os bandoleiros acharam que levar Eldorn com eles para o misterioso empregador deles provaria que pelo menos eles tinham encontrado Laella e quase a capturaram, na esperança de salvarem os próprios pescoços.
Amarrado e amordaçado, Eldorn foi jogado em uma carroça e não pôde mais ver para onde estava viajando. Teve a impressão que se passaram alguns dias, tempo que julgou que Laella, Tyrra e Vornit já teriam ganho uma distância segura. Apenas então colocou seu plano de fuga em prática. Com um pouco de esforço conseguiu abrir um pequeno frasco de ácido que carregava no seu cinto, e com ele queimou as cordas que o prendiam. Rapida e furtivamente pegou suas coisas, e pulou da carroça para se esconder na mata ao redor, mas esqueceu-se de seu anel de Feather Fall, que automaticamente entrou em ação e o manteve suspenso no ar por tempo demais, suficiente para que seus inimigos percebessem que ele estava fugindo.
De imediato a carroça parou, e seus ocupantes começaram a perseguir Eldorn. Aparentemente se esqueceram de que tinham de manter Eldorn vivo, e começaram a atacá-lo com flechas e estranhas estrelas de metal. Por fim, Eldorn ouviu ao longe palavras que não pode entender bem, mas o clarão às suas costas se aproximando em poucos segundos explicou o significado do que o mago disse. E teria sido o fim de Eldorn, não fosse ele ser arrebatado por Vornit.
Antes que Eldorn pudesse entender o que estava acontecendo, o guerreiro escondeu a ambos junto a um arbusto, e pouco depois chegou Laella, que com seus feitiços garantiu a segurança do abrigo. Os inimigos procuraram por eles em vão por algumas horas, sem conseguir vê-los, por mais que passassem ao lado de onde estavam. Quando o dia começou a surgir desistiram da busca e partiram pela estrada.
Quando o frio da madrugada já tinha passado os três se sentiram seguros para deixar o esconderijo, e Eldorn finalmente falou:
"Não achei que vocês viessem atrás de mim. Aliás, vocês não deveriam ter vindo atrás de mim! Quase colocaram tudo a perder!"
"Uma bruxa de Hathran não abandona sangue de seu sangue para ser assassinado por bárbaros."
"Você...?"
"É o que você pensou na primeira vez que me viu sem máscara."
"Larissa? Quer dizer que você é mesmo a minha irmã? Eu achei que fosse impossível! E não ia me dizer nada?"
"Nossos caminhos seguiram rumos diferentes. Somos irmãos em nada além do sangue agora. Minha família é outra, meu destino é outro. Apenas a honra me fez retornar aqui, não se iluda."
"Mas..."
"Chega. Em Two Stars nossos nos separamos novamente, como combinamos. Já perdemos muito tempo."
E assim foi feito. O restante da viagem correu envolvido em um silêncio incômodo, e Eldorn recebeu o dinheiro que lhe era devido, e ficou com muitas perguntas sem resposta.


===Descrição===
===Descrição===
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* Qual é o paradeiro de seus irmãos.
* Qual é o paradeiro de seus irmãos.
* Vingança contra os responsáveis pela invasão de Wizard's Reach.
* Vingança contra os responsáveis pela invasão de Wizard's Reach.
* Quem são os Harpers e como se tornar um deles?
* Quem são os [[Harpers]] e como se tornar um deles?
* Tangorn. Foi amigo de Eldorn na primeira caravana, e Eldorn lhe deve a liberdade, e faria praticamente qualquer coisa que ele lhe pedisse.
* Tangorn. Foi amigo de Eldorn na primeira caravana, e Eldorn lhe deve a liberdade, e faria praticamente qualquer coisa que ele lhe pedisse.
* A misteriosa terra além dos círculos de pedra da floresta de Yurwood.
* A misteriosa terra além dos círculos de pedra da floresta de Yurwood.
[[Category:PC]]

Edição atual tal como às 12h47min de 23 de junho de 2008

Esse personagem ou NPC está morto ou desaparecido.

A História de Eldorn

Ellon nasceu na vila de Multensollid, uma comunidade de pescadores e agricultores no sul de Aglarond. Sua família cuidava de uma pequena propriedade nas bordas de Yurwood, vivendo de geração em geração do cultivo de víveres para os meio-elfos da floresta e os humanos da costa.

Desde criança Ellon ajudava a família nos trabalhos da fazenda. Aos 6 anos, depois de um dia de trabalho, ele aproveitou o fim da tarde para vrincar e se aventurar na floresta, correndo de um lado para o outro, matando dragões e ogros imaginários. Inadvertidamente ele atravessou um círculo de pedras coberto quase totalmente com vegetação, mas só percebeu que algo estranho havia acontecido quando muitas horas depois a noite ainda não havia chegado. Em vão ele começou a procurar seu caminho para casa, mas tudo o que encontrou depois de muito tempo foi uma estranha construção de vidro. Felizmente, para o garoto, ele foi encontrado por rangers de Sildëyur, que acabaram se encarregando de devolvê-lo para o plano ao qual ele pertencia.

Algumas colheitas passaram desde então, e Ellon secretamente ponderava sobre o que havia acontecido. Mas esse mistério rapidamente passou a ocupar um espaço muito pequeno entre suas preocupações. O ano do Príncipe chegou, e com ele as tropas de Thay sobrepujaram quase todas as terras de Wizard's Reach, levando destruição por onde passavam. Com a família de Ellon não foi diferente; Ellon e seus oito irmãos tentaram futilmente se esconder, mas logo foram capturados e levados como escravos para Bezantur, levando como recordação de sua terra natal apenas o fogo que queimava sua casa e o pomar.

Na cidade rapidamente foram vendidos, e Ellon foi levado para a Taverna do Anel Mágico, um estabelecimento em expansão que abrigava pessoas das mais diversas classes e vendia animais vindos de toda Faerûn; Ellon nunca mais viu seus irmãos depois deste dia. O rapaz tinha então 9 anos. A vida de escravo não foi piedosa com ele, mas ao menos ele tinha um teto e raramente passava fome. A maior parte do tempo sua função era cuidar dos animais a venda e dos hóspedes da taverna. Por 7 anos ele limpou estábulos, tosou animais, ferrou cavalos, alimentou feras. Em 1364 DR um poderoso comerciante fechou negócio com o dono d'O Anel Mágico, comprando todos os animais que ele tinha, inclusive aquele que tratava dos outros. Ellon foi então engajado na sua primeira viagem, sendo levado para Two Stars, para onde seu novo dono vendera os animais e retornaria para Belzantur com novas mercadorias. Nessa época Ellon já era um rapaz moldado para o trabalho pesado, mas acima de tudo astuto; longe do espaço fechado da taverna e da vigilância implacável dos guardas de Belzantur, na primeira oportunidade roubou um cavalo e partiu em disparada, fugindo de Two Stars sem rumo definido. Vinte dias se escondeu em fazendas e bosques, acreditando estar cada dia mais longe de seus algozes. No início da terceira semana decidiu procurar uma nova vida, e pediu abrigo para a primeira caravana que encontrou na Golden Way naquele dia. Por capricho dos deuses ou simplesmente azar, aquela era uma caravana de Thay disfarçada, e seu dono não demorou para ver as marcas que mostravam que Ellon era propriedade Thayana. O jovem foi novamente capturado, mas foi levado em direção oeste, já que a caravana não mudaria de rumo apenas para levar um escravo fugido ao seu dono.

A viagem nos próximos meses não foi nem um pouco agradável, mas nem tudo foi ruim. Ellon conheceu Tangorn, um velho ferreiro, escravo como ele, que se tornou seu bom amigo nos momentos de folga. Um dia Tangorn deixou um objeto cair de seus pertences, uma pequena harpa de metal, cujo significado só se tornou claro semanas depois, quando a caravana foi emboscada e os Red Wizards mortos. Talgorn era um Harper infiltrado na caravana há meses, para impedir que alguma coisa que estava sendo levada nela chegasse ao seu destino. A essa altura, já longe de Thay, Ellon ganhou novamente a liberdade. Empolgado, pediu para se tornar um harper, e Tangorn disse "quem sabe um dia".

Vida nova, nome novo. Ellon se tornou Eldorn, e começou a se empregar em caravanas, constantemente viajando para os quatro cantos de Faerûn, mas sempre evitando retornar ao oriente. Inicialmente trabalhou somente como cuidador de animais, mas ao longo do tempo foi aprendendo outros ofícios e dominando o conhecimento necessário para liderar uma caravana. Há 3 anos começou a chefiar a sua própria caravana, e até o momento teve bastante sucesso. Na sua grande maioria transportou víveres e produtos sem grande importância, mas já se envolveu em algumas viagens no mínimo suspeitas ou que lhe valeram cada peça de ouro extra que lhe foi paga, mas Eldorn procura manter uma posição neutra em relação a isso, perguntando o mínimo e mantendo a espada sempre ao alcance.

Durante suas viagens acabou avistando uma face que lhe pareceu familiar, de um dos Red Wizards que lhe haviam escravizado, nos mercados de Waterdeep. Apesar de tê-lo perdido de vista na cidade, seu desejo de vingança fez com que ele investigasse o fato e descobriu que o tal mago estava se dirigindo a Daggerford.

Chegando em Daggerford, Eldorn acabou se envolvendo com os acontecimentos locais, e lutou com a Ebon Triad, junto com os amigos Fylbrigg, Sargus, Respen e Juma. Infelizmente a expedição lhe custou a vida dos dois últimos. O mago que estava procurando foi encontrado morto em Whispering Cairn.

Saindo das minas de Daggerford Eldorn não estava se sentindo muito bem, principalmente por causa da morte de seus amigos. Passou os próximos dias cuidando das homenagens finais a Respen, já que Fylbrigg estava se encarregando de fazer o mesmo por Juma. Depois achou melhor desviar os pensamentos dos acontecimentos recentes e decidiu montar uma caravana com o dinheiro que juntou em Daggerford mines.

Qual não foi sua surpresa ao reconhecer no porto de Waterdeep uma face familiar: Tangorn. Acotovelando a multidão, Tangorn se aproximou do velho mentor e foi recebido calorosamente.

"Que bons ventos o trazem!" disse o bardo.

"Realmente, estou muito contente em revê-lo!" respondeu Eldorn.

"O que você está fazendo aqui?"

"Estou procurando algumas mercadorias para vender em Suzail. Alguma sugestão?"

"Ouvi dizer que Rufus trouxe um ótimo carregamento de tabaco. Venha, me acompanhe, vou te mostrar."

Os dois amigos então saíram pela multidão, fechando alguns negócios e ficando a par das últimas aventuras. Como de costume, quem falou mais foi Eldorn, mas algumas horas mais tarde, entre uma caneca de cerveja e outra, Eldorn pediu que Tangorn falasse:

"Me diga, Tangorn, o que está te mordendo? Faz umas duas horas que você dá a impressão de querer falar alguma coisa."

"É, você continua sagaz, Eldorn. Eu estava pensando se você aceitaria um serviço. Por um preço justo, claro."

"Deixa de conversa, cara, se não fosse a sua ajuda eu estaria quebrando pedras em Thay ou algo pior. Esqueça o pagamento, me diz, como posso te ajudar?"

"Veremos, veremos. Eu gostaria que você entregasse uma encomenda. Pode ser um negócio arriscado, já te aviso. Eu entregaria pessoalmente, mas tenho compromissos aqui em Sword Coast que não posso adiar, e ao mesmo tempo essa encomenda tem pressa de chegar ao destino. Eu ia contratar algum outro profissional do ramo, mas Timora foi gentil comigo e o colocou em meu caminho. Trata-se de uma caixa, lacrada, cujo conteúdo não posso te contar, e precisa ser entregue ao meu contato em Hillsfar em 12 dias. Se você partir logo, pode chegar lá depois que passar por Suzail."

"Não se preocupe, eu pego o trabalho. Aliás, vou direto para Hillsfar, tanto faz vender em um lugar quanto o outro. Quando você me entrega a encomenda?"

"Me avisa quando tudo estiver pronto, eu te encontro".

Em dois dias Eldorn estava viajando para Hillsfar. Sua caravana era pequena, até porque Eldorn não tinha tanto dinheiro assim e desejava rapidez na viagem - dez dias na verdade eram bem pouco tempo para uma viagem tão longa. No início da viagem se misturou por segurança às caravanas maiores de seus colegas de outras campanhas, o que foi muito prudente, pois o grupo quase foi atacado por um grupo de bandidos, não fosse uma demonstração mais aberta do poder de defesa que levava consigo. Em Scormubel, no entanto, se separou das outras caravanas para cortar caminho pelas Reaching Woods e Sunset Mountains, o que lhe rendeu tempo mas lhe custou parte de sua carga em subornos para um grupo de bárbaros que encontrou no caminho. Enfrentou tempestades de areia no deserto de Sword, até finalmente chegar a Tilverton, e rapidamente a Hillsfar.

O contato de Tangorn se chamava Laella. O Harpista havia avisado que a mulher poderia ser uma bruxa, mas o que Eldorn encontrou o surpreendeu: uma mulher com um manto negro que cobria parcialmente o rosto, que estava escondido por uma máscara, escoltada por um forte guerreiro e uma outra jovem que se dirigiu ao caravaneiro.

"Meu nome é Eldorn" ele disse, antes que a moça pudesse dizer algo, "venho de Waterdeep com um carregamento de peles e tabaco".

A jovem olhou rapidamente para a mulher encapuzada, mas quem respondeu com um aceno quase imperceptível foi o guerreiro. "Seja bem-vindo, forasteiro. Eu sou Tyrra, serva de Laella, e estou aqui para traduzir sua língua para minha dama. Gostaríamos de fazer negócio."

"Diga a ela que me siga, para que eu possa mostrar a mercadoria."

O grupo deixou a taverna e andou em silêncio algumas dezenas de metros até a carroça de Eldorn. Mas, antes que ele pudesse abrir os baús onde tinha guardado a caixa que lhe fora confiada, Eldorn reage aos seus instintos saltando para cima da carroça, desviando de uma flecha em chamas. Rapidamente cercado, o grupo começa a lutar contra os bandidos que os emboscaram. O guerreiro se mostrou digno de seu tamanho, brandindo uma espada de duas mãos com destreza e abatendo vários inimigos. A donzela sacou um punhal e procurou proteger sua mestra, que passou a conjurar poderosos feitiços. Aliados às habilidades de Eldorn no florim, em pouco tempo os bandidos haviam sido eliminados, mas não foi uma vitória fácil, da qual não escaparam ilesos. Durante a batalha alguns bandidos rapidamente cercaram as duas mulheres, e Laella foi atingida por um golpe de maça, que lhe partiu a máscara.

Apesar da vitória, Laella continuava desacordada, e a outra jovem estava sem ação, pálida e tremendo. Antes que o guerreiro dissesse alguma coisa, Eldorn agarrou Laella pelos ombros e a puxou para dentro da carroça, sendo logo seguido pelos outros dois. Os cavalos se puseram a correr e levaram os quatro para longe do local.

Dentro da carroça Tyrra parecia muito preocupada com Laella, não tanto pelo fato de ela estar ferida mas sim por estar sem mascara. Depois de algumas horas de viagem, o grupo parou para acampar e cuidar dos ferimentos. Só então Eldorn pôde ver melhor o rosto de Laella, apesar dos esforços de Tyrra para escondê-lo. Não sabia bem porque, mas aquela face lhe era estranhamente familiar. Depois de alguns cuidados Laella acordou, e Eldorn percebeu que eles queriam ficar sozinhos. Foi buscar madeira pelo campo ao redor do acampamento, e quando voltou o guerreiro veio falar com ele.

"Gostaríamos de agradecer pela ajuda, provavelmente se não fosse por você estaríamos todos mortos."

"Eu poderia dizer a mesma coisa", respondeu Eldorn, "não tem o que agradecer, faz parte do risco do negócio."

"Uh... claro."

"Bem, de qualquer maneira, onde vocês gostariam de ficar? Assim eu termino o serviço e vocês podem continuar a sua viagem tranquilamente."

O guerreiro ficou a pensar um pouco, e olhou de relance para Laella, e então continuou:

"Uh, claro. O negócio é que... assim, a gente vai precisar de uma ajuda. Sabe, a gente não é desse lado de cá, e você já é do ramo, e sabe viajar, e a gente tá disposto a te recompensar se continuar a viagem com a gente." Ele olhou de novo para Laella, com uma cara de quem não tinha feito as coisas da melhor maneira possível, mas Eldorn não deixou o silêncio se prolongar a um ponto desconfortável.

"Como você chama?"

"Vornit."

"Para onde vocês estão indo?"

"Mulsantir."

O nome dessa cidade já levou o pensamento de Eldorn para seu vizinho próximo, Thay, lhe embrulhando o estômago, mas não deixou que isso transparecesse.

"Em quanto tempo?"

"Uh..."

"Como querem viajar?"

"Uh..."

"Vamos ter que viajar à noite? Vamos ter que levar alguma mercadoria além da caixa? Vamos precisar de reforços?"

"Uh..." Vornit soltou um olhar tenso para Laella.

"Vocês têm dinheiro?"

"Sim, nós temos dinheiro", interrompeu Laella, vestindo um véu sobre o rosto. "Temos pressa de chegar, e os meios da viagem ficariam a seu encargo, é sua área de experiência. Acho prudente recrutarmos alguns braços extras, como nosso passado recente nos mostrou. Quanto você deseja pelo serviço??"

Eldorn fez um meio-sorriso triunfante, de quem conseguiu finalmente falar com o chefe da expedição. "3000 moedas de ouro para mim, além de vocês cobrirem todos os gastos. E eu vou apenas até Two Stars, dali em diante vocês se arranjam com outra pessoa."

"Fechado."

"Então vão dormir um pouco, temos uma longa viagem pela frente. Enquanto isso eu vou contratar um pouco de ajuda. Volto no meio da noite, estejam prontos."

Meia-noite Eldorn voltou acompanhado de três conhecidos de outras expedições, que encontrou nas tavernas de Hillsfar. Tyrra, Vornit e Laella já estavam prontos, e a única coisa que sobrava do acampamento eram as brasas da fogueira.

Puseram-se em movimento, viajando na margem da estrada sul para Ashenford. No dia seguinte se desviaram, dentro da floresta de Comanthor, em direção leste, pegando uma estrada menor. Nessa estrada forçaram o ritmo de viagem, pois queriam chegar em Harrowdale o quanto antes, tentando despistar algum perseguidor. Surpreendentemente toda a viagem até Harrowdale foi tranquila, e em uma semana estavam na cidade. Mal chegaram, encontraram um barco que atravessasse o mar de Dragon Reach e só em alto mar começaram a relaxar um pouco. Viajando, chegaram a se confraternizar um pouco, menos Laella, que em particular evitava chegar perto de Eldorn. Passaram-se os dias sem eventos hostis, com paradas rápidas nas cidades costeiras no caminho para Telflamm, e Eldorn chegou a pensar que enfim o conteúdo da caixa misteriosa não era tão valioso assim.

Ledo engano.

O grupo desenbarcou finalmente em Telflamm, descansou em uma hospedaria e no dia seguinte, à noite, começou a viajar pela Golden Way. Pouco antes de Phent, no entanto, foram emboscados por outro grupo. No primeiro embate conseguiram despistar os perseguidores, mas Tyrra foi ferida gravemente por uma flecha, e não demorou muito e os bandoleiros puderam ser vistos novamente por Eldorn e seus companheiros. Rapidamente os inimigos se aproximavam, e, apesar dos protestos do resto do grupo Eldorn fez com que quando a batalha se iniciou novamente Laella, Tyrra e Vornit se separassem e fugissem, levando a preciosa caixa, deixando ilusões criadas por mágica no seu lugar. Quando os inimigos perceberam, os três não podiam mais ser encontrados. Eldorn, o único sobrevivente, achou que fosse morrer neste momento, mas os bandoleiros acharam que levar Eldorn com eles para o misterioso empregador deles provaria que pelo menos eles tinham encontrado Laella e quase a capturaram, na esperança de salvarem os próprios pescoços.

Amarrado e amordaçado, Eldorn foi jogado em uma carroça e não pôde mais ver para onde estava viajando. Teve a impressão que se passaram alguns dias, tempo que julgou que Laella, Tyrra e Vornit já teriam ganho uma distância segura. Apenas então colocou seu plano de fuga em prática. Com um pouco de esforço conseguiu abrir um pequeno frasco de ácido que carregava no seu cinto, e com ele queimou as cordas que o prendiam. Rapida e furtivamente pegou suas coisas, e pulou da carroça para se esconder na mata ao redor, mas esqueceu-se de seu anel de Feather Fall, que automaticamente entrou em ação e o manteve suspenso no ar por tempo demais, suficiente para que seus inimigos percebessem que ele estava fugindo.

De imediato a carroça parou, e seus ocupantes começaram a perseguir Eldorn. Aparentemente se esqueceram de que tinham de manter Eldorn vivo, e começaram a atacá-lo com flechas e estranhas estrelas de metal. Por fim, Eldorn ouviu ao longe palavras que não pode entender bem, mas o clarão às suas costas se aproximando em poucos segundos explicou o significado do que o mago disse. E teria sido o fim de Eldorn, não fosse ele ser arrebatado por Vornit.

Antes que Eldorn pudesse entender o que estava acontecendo, o guerreiro escondeu a ambos junto a um arbusto, e pouco depois chegou Laella, que com seus feitiços garantiu a segurança do abrigo. Os inimigos procuraram por eles em vão por algumas horas, sem conseguir vê-los, por mais que passassem ao lado de onde estavam. Quando o dia começou a surgir desistiram da busca e partiram pela estrada.

Quando o frio da madrugada já tinha passado os três se sentiram seguros para deixar o esconderijo, e Eldorn finalmente falou:

"Não achei que vocês viessem atrás de mim. Aliás, vocês não deveriam ter vindo atrás de mim! Quase colocaram tudo a perder!"

"Uma bruxa de Hathran não abandona sangue de seu sangue para ser assassinado por bárbaros."

"Você...?"

"É o que você pensou na primeira vez que me viu sem máscara."

"Larissa? Quer dizer que você é mesmo a minha irmã? Eu achei que fosse impossível! E não ia me dizer nada?"

"Nossos caminhos seguiram rumos diferentes. Somos irmãos em nada além do sangue agora. Minha família é outra, meu destino é outro. Apenas a honra me fez retornar aqui, não se iluda."

"Mas..."

"Chega. Em Two Stars nossos nos separamos novamente, como combinamos. Já perdemos muito tempo."

E assim foi feito. O restante da viagem correu envolvido em um silêncio incômodo, e Eldorn recebeu o dinheiro que lhe era devido, e ficou com muitas perguntas sem resposta.


Descrição

Seus longos anos como escravo não foram gentis a Eldorn, e sua aparencia reflete isto, a começar pela cicatriz que tem ao redor do olho esquerdo, fruto de um coice que levou aos 13 anos, que também lhe quebrou o nariz, deixando-o levemente torto. Suas mãos são ágeis, mas calejadas. Tem um porte atlético, e está constantemente observando o que acontece ao redor, mesmo quando conversando com alguém. Seus cabelos são pretos, queimados de sol, e mantidos sempre muito curtos. Veste-se sempre com roupas de couro, resistentes e adequadas ao manejo dos animais e das mercadorias. Carrega sempre consigo uma bolsa onde mantém as listas das caravanas, os mapas e suas ferramentas.

Subplots

  • Qual é o paradeiro de seus irmãos.
  • Vingança contra os responsáveis pela invasão de Wizard's Reach.
  • Quem são os Harpers e como se tornar um deles?
  • Tangorn. Foi amigo de Eldorn na primeira caravana, e Eldorn lhe deve a liberdade, e faria praticamente qualquer coisa que ele lhe pedisse.
  • A misteriosa terra além dos círculos de pedra da floresta de Yurwood.